
O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) criticou publicamente a possível adoção de um uniforme vermelho pela Seleção Brasileira de futebol. A manifestação foi feita por meio de suas redes sociais, onde classificou a proposta como “absurda, desrespeitosa, imoral e antipatriótica”. Em uma imagem divulgada em sua conta no Instagram, o parlamentar escreveu: “Nossa bandeira jamais será vermelha!!!”.
A reação do deputado ocorre após a divulgação da notícia de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por meio de sua fornecedora de material esportivo, estuda substituir o tradicional uniforme azul por uma camisa vermelha para a Copa do Mundo de 2026. A informação foi veiculada inicialmente pelo site especializado Footy Headlines e repercutida em diversos portais de esportes e marketing.
De acordo com o portal Mundo do Marketing, o novo modelo deve ser lançado na primeira data Fifa do ano que vem, em março de 2026, e integrará o portfólio da marca Jordan, ligada à Nike. A proposta teria como objetivo diversificar a identidade visual da equipe nacional, além de representar simbolicamente as raízes populares do futebol no Brasil. A CBF, até o momento, não confirmou oficialmente a mudança.
Chrisóstomo, conhecido por sua atuação alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, associou a cor vermelha a ideologias políticas, e reforçou que o uso da tonalidade fere, segundo ele, os símbolos nacionais. “Proposta absurda, desrespeitosa, imoral e antipatriótica! Nossa bandeira jamais será vermelha!!!”, escreveu o deputado.
Apesar da controvérsia, registros históricos mostram que a Seleção já utilizou camisas vermelhas em partidas oficiais. Em 1917, por exemplo, durante o Campeonato Sul-Americano, o Brasil precisou vestir uniformes vermelhos devido à coincidência de cores com os adversários Uruguai e Chile, ambos com trajes brancos. A decisão foi tomada após sorteio.
Outra ocasião ocorreu em 1936, quando, em novo embate contra uma equipe com uniforme branco, a delegação brasileira vestiu a camisa vermelha do clube argentino Independiente, emprestada para a partida contra o Peru. O Brasil venceu o jogo por 3 a 2.
Ainda no século passado, em 1937, os brasileiros chegaram a vestir a camisa do Boca Juniors em um jogo contra o Chile, realizado no estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Já em 1919, o uniforme do Peñarol foi utilizado como forma de homenagem ao goleiro uruguaio Roberto Chery.
Mais recentemente, em 2023, a equipe principal da Seleção entrou em campo usando uma camisa preta em um amistoso contra Guiné, em protesto contra o racismo. O gesto simbólico foi acompanhado por atos dos jogadores antes do apito inicial.
A discussão sobre a adoção de uma nova cor ganhou força nas redes sociais, dividindo opiniões entre torcedores e especialistas. O narrador Galvão Bueno, em programa exibido pela TV Bandeirantes, criticou a ideia, dizendo que a mudança seria “um crime” contra a história da camisa azul, que marcou o título da Copa do Mundo de 1958.
O estatuto da CBF prevê, no artigo 13º do capítulo 3º, que os uniformes da Seleção devem manter as cores da bandeira da entidade — as mesmas da Bandeira Nacional. Alterações só são permitidas em casos excepcionais, como datas comemorativas ou ações institucionais.
Até o momento, não há confirmação oficial de que a camisa vermelha será utilizada durante a Copa do Mundo. A proposta permanece em fase de especulação e testes de aceitação de mercado.
Fonte: Rondônia Dinâmica
Publicada em 29 de April de 2025 às 14:14