Exibindo o rosto pela primeira vez, a principal testemunha do assassinato do ex-jogador Daniel Correa, Lucas Stumpf – conhecido como Lucas Mineiro –, resolveu falar sobre o dia do crime. Em entrevista à RPC, filial da Globo no Paraná, o jovem contou que viu o assassino confesso Edison Brittes enforcando o ex-jogador em cima da cama. Ele disse ainda que a esposa do autor do crime, Cristiana Brittes, pedia por socorro.
Lucas Mineiro estava na comemoração do aniversário de 18 anos de Allana Brittes, que é filha de Edison, na casa noturna Shed, em Curitiba. Após o evento, ele foi um dos convidados para continuar a festa na casa da família. Foi lá que ele presenciou uma sessão de espancamento contra Daniel.
“No momento em que eu olhei pela janela, eu vi ele [Daniel] na cama sendo enforcado. Eu vi o Edison enforcando ele em cima da cama, batendo em cima da cama. Ele [Daniel] estava de cueca e camiseta”, contou Mineiro.
O jovem afirmou que a esposa de Edison, Cristiana, estava no quarto quando o marido cometeu as agressões contra o ex-jogador. “Ela [Cristiana Brittes] tentava pedir ajuda, mas ela não tinha o que fazer. Ela não tinha como reagir naquele momento e não ia conseguir fazer nada naquele momento, creio eu”, descreveu Lucas.
Na visão da testemunha, o pedido de ajuda era para o ex-jogador. “Ela pedia socorro e eu não sei dizer se o socorro dela era por algo que aconteceu com ela mas, no meu entendimento, no meu ver do momento dos fatos, era que o pedido de socorro era pro Daniel”, argumentou.
Ao presenciar as agressões, Mineiro também tentou pedir para que Edison parasse de agredir o jogador Daniel. Contudo, segundo o jovem, foi ameaçado pelo empresário. “No momento em que eles estavam agredindo ele [Daniel], eu cheguei e falei: para, para. Ele [Edison Brittes] só olhou pra mim e falou: sai fora. Se você não vier me ajudar, sai fora se não você é o próximo”, lembrou.
Mineiro já prestou depoimento à Justiça e foi a primeira pessoa a relatar o caso à polícia, um dia depois do crime, que ocorreu no dia 27 de outubro. Seis dos sete réus estão presos desde novembro.
Medo
Dois dias depois da noite em que o ex-jogador foi executado, ele e os Brittes acabaram se encontrando em um shopping de São José dos Pinhais. Lucas Mineiro diz ter sido recebido com um beijo por Edison Brittes, também conhecido como Juninho Riqueza. “Eu já sabendo o que tinha acontecido, não tinha como olhar pra ele e não cumprimentar”, disse o jovem.
Segundo Mineiro, Brittes queria combinar uma versão: “O elo tá fechado, se alguém abrir, vou saber quem foi”. EntãoLucas decidiu deixar a região de Curitiba.
Longe da capital paranaense, Lucas Mineiro faz tratamento psicológico. “Medo é o que descreve o que eu vivo. Tomo remédios, tenho depressão, o medo me tirou da cidade onde eu cresci. Ali eu vi como se a vida não tivesse valor nenhum”, lamentou a testemunha.
Fonte: Metrópoles
Publicada em 05 de August de 2019 às 14:56