O relator da reforma da Previdência, Tasso Jereissati (PSDB-CE), lê nesta quarta-feira (28/08/2019) o parecer da proposta de emenda à Constituição (PEC) 6/2019 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.
O senador protocolou nessa terça-feira (27/08/2019) o texto na Casa. Com apenas dois pontos suprimidos da proposta aprovada na Câmara dos Deputados, Jereissati faz a leitura do projeto ao colegiado. A matéria altera o impacto final de R$ 933 bilhões para R$ 900 bilhões
Mesmo após a conclusão do relatório, parlamentares já apresentaram 279 emendas ao texto de Jereissati. A presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), tenta, contudo, fazer um acordo com os senadores para que o prazo para apresentação de sugestões de alterações à matéria seja apenas até sexta (30/08/2019).
Isso porque, regimentalmente, é previsto o prazo de apresentação de destaques até o início da votação do projeto. Assim, poderiam protocolar emendas até a quarta-feira da semana que vem (04/09/2019).
Relatório
Jereissati retirou do parecer o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O parlamentar justifica que esse é um dispositivo assistencial e não previdenciário.
“[O BPC] acolhe trabalhadores que mais ficaram às margens do mercado de trabalho. São os que passaram mais tempo desempregados, informais ou até fora da força de trabalho. Não à toa, é mais usufruído por mulheres e na região amazônica. Essas pessoas não precisam fazer sacríficos”, escreveu o relator.
O segundo trecho que ficou de fora da proposta trata das aposentadorias especiais. O relator acatou a emenda do senador Jacques Wagner (PT-BA), que veda o aumento do sistema de pontos com a soma da idade mínima, do tempo de contribuição e do tempo de efetiva exposição.
Ou seja, trabalhadores expostos a agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos prejudiciais à saúde terão direito à aposentadoria quando o total da soma resultante entres os requisitos for de: 66 pontos e 15 anos de exposição; 76 pontos e 20 anos de exposição e 86 pontos e 25 anos de exposição.
PEC paralela
A estratégia do relator de apenas suprimir pontos do projeto que causavam polêmica entre os parlamentares serve para dar celeridade à tramitação da PEC na Casa. Isso porque, quando não há mudança no mérito da proposta, o texto não precisa retornar à Câmara para mais uma votação. O Congresso Nacional já pode promulgar o projeto final.
Fonte: Metrópoles
Publicada em 28 de August de 2019 às 10:48