Rondônia registra 193 novos casos de hanseníase até junho de 2019

Rondônia registra 193 novos casos de hanseníase até junho de 2019

Hiperendêmico para os parâmetros oficiais do Ministério da Saúde. Esta é a situação epidemiológica para a hanseníase que o Estado de Rondônia apresentou no último ano. O estado, segundo dados apresentados pela Secretaria de Saúde, alcançou a taxa de detecção geral de 40,63/100 mil habitantes em 2018.

Em 2017, foram diagnosticados 503 casos novos da doença. No ano passado, o número subiu para 741 casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Em 2019, até o começo de julho, a secretaria já contabilizou 193 novos casos. 

E um dado deixou as autoridades de saúde locais em alerta: o percentual de cura dos pacientes registrou queda. Em 2017, foram 90% dos pacientes curados. Já em 2018, o percentual apresentado foi 87,7% – se enquadrando no parâmetro regular para a cura de pacientes. 


Mas a hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS). Em Rondônia, o Programa de Hanseníase da Policlínica Oswaldo Cruz (POC) – localizada em Porto Velho – é referência estadual para a doença. Realiza o diagnóstico e indica o tipo adequado de tratamento, conforme recomendações padronizadas pelas Diretrizes Nacionais, além de indicar as cirurgias de reabilitação, quando necessárias. Atua também no atendimento a crianças menores de 15 anos e a pacientes de municípios do interior do estado, que apresentam complicações no tratamento ou necessitam de esclarecimentos acerca do diagnóstico.

Foi graças a uma amiga da mãe que Marcelo Ferreira começou a se medicar apropriadamente assim que manchas apareceram pelo corpo em 2004. Ela olhou para as marcas na pele e logo identificou a condição, e também foi quem marcou a consulta em uma Unidade Básica de Saúde de Porto Velho para que Marcelo fosse examinado e recebesse o diagnóstico. Com menos de quatro meses do acompanhamento médico, largou tudo por conta da dependência química. Hoje, com 34 anos e trabalhando como autônomo, ele relembra os momentos difíceis pelo qual passou.

“Ela veio a reaparecer agora, em 2016. No meu corpo, começaram a aparecer uns caroços, uns negócios meio estranhos no meu corpo. A minha mão também começou a afetar. Meu rosto começou a inchar. Minha orelha começou a inchar também. Então, eu já percebi que era a hanseníase voltando. Eu tomei dois anos. Hoje eu só estou tomando aquele remédio para tratar as reações.” 

O que Marcelo quis dizer é que precisou do tratamento por dois anos quando a doença voltou a apresentar sintomas em seu corpo, por não ter terminado o tratamento, e assim não ter tido a cura da doença no primeiro momento. Mesmo com o atraso, os inchaços e a necessidade da medicação prolongada, ele está curado e não ficou com nenhuma sequela da hanseníase. Isso porque os remédios, além de tratarem o paciente infectado, também impede a transmissão da doença. A infectologista Cristiane Menezes detalha sobre a transmissão da hanseníase e o tratamento.  

“A hanseníase é transmitida pelas vias aéreas superiores através de tosse ou espirro, por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente e sem tratamento. O tratamento é disponibilizado nas Unidades Básicas de Saúde e em centros de referências do SUS. O medicamento chamado de poliquimioterapia é uma associação de antibióticos recomendados pela Organização Mundial de Saúde.”

Por isso, o importante é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha em que você perceba a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/hanseniase.

Fonte: Agência do Rádio
Publicada em 18 de July de 2019 às 12:44

 

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