Mulheres com os rostos marcados pela agressão e um olhar triste despertaram curiosidade e comoção durante a abertura oficial dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres realizada na manhã desta terça-feira (20), no Salão Nobre Rosilda Shockness do Palácio Rio Madeira, em Porto Velho. Elas fazem parte do Coletivo Feminino Filhas Do Boto Nunca Mais e as marcas foram produzidas pelo trabalho de maquiagem, mas já foram realidade delas e é a de muitas meninas e mulheres em todo mundo.
Entre elas estava a artesã Cristiane da Silva, 42 anos, que transformou as marcas do passado em luta em prol das mulheres. ‘‘Eu cresci em um ambiente violento. Essa forma como estou aqui com roupas rasgadas e o rosto machucado era como a minha mãe ficava após as constantes agressões que sofria do meu padrasto e eu também era abusada por ele. Hoje eu luto para que outras mulheres não passem por isso e conscientizo que as mulheres tem que ser respeitadas e valorizadas’’, afirma.
Essa é uma luta coletiva em Rondônia que envolve os diferentes órgãos, poderes e a sociedade civil que estarão até o dia 10 de dezembro promovendo ações de conscientização, provocação de reflexões e de propostas de medidas para combater a violência contra esse público. Segundo a gerente estadual de Políticas para Mulheres da Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas), Hala Cristina Vieira Gomes, a intenção é impactar toda a sociedade e alertar para a importância do enfrentamento. ‘‘No dia 6 de dezembro vamos fazer um movimento chamado Homens pelo Fim da Violência que terá o governador Daniel Pereira como mediador’’, disse.
O governador de Rondônia Daniel Pereira aponta as medidas adotadas pelo Estado para o enfrentamento da violência contra as mulheres
Para a promotora de Justiça do Ministério Público de Rondônia, Tânia Garcia Santiago, o tema ganhou nesta gestão um nível de importância muito alto. Disse ainda que é preciso evitar retrocessos e aumentar a participação das mulheres em espaços de decisões e construções estratégicas. O secretário da Seas, Pedro Sanches, também acredita em um trabalho coletivo para avançar nas políticas públicas para as mulheres.
Rondônia, segundo Hala, ocupa o quarto lugar no ranking dos estados mais violentos para mulheres no Brasil.
‘‘Temos muitas estatísticas que nos orgulham, mas essa nos envergonha. Mas no que cabe ao Estado, estamos buscando alternativas para enfrentar isso com a institucionalização da patrulha Maria da Penha; a implantação, em breve, do botão do pânico para que todos os nossos policiais ajudem a proteger as mulheres. Coloquei uma mulher como diretora da Polícia Civil, a doutora Walkyria Manfroi, conhecida pelo trabalho em defesa das mulheres e estamos buscando implantar no estado a Casa da Mulher Brasileira’’, disse o governador.
Fonte: Secom - Governo RO
Publicada em 21 de November de 2018 às 08:57