
Job Sikhala, secretário-geral-adjunto do MDC, "entregou-se à polícia esta manhã e foi acusado de tentar derrubar um Governo eleito constitucionalmente", disse Obey Shava, um advogado da organização Advogados do Zimbabué para os Direitos Humanos, citado pela Bloomberg.
"Ele [Sikhala] rejeita as acusações, mas agora estamos a tentar chegar aos tribunais", acrescentou o advogado.
Citado pelo diário NewsDay, jornal sediado na capital zimbabueana, Harare, Job Sikhala terá dito que o MDC pretende derrubar o Presidente do país, Emmerson Mnangagwa, antes do fim do seu mandato, em 2023.
Com saída do antigo chefe de Estado Robert Mugabe, em 2017, muitos zimbabueanos esperavam um cenário político mais tolerante, impulsionado pela vontade de Mnangagwa em obter investimento estrangeiro.
Ainda assim, os críticos do Governo têm sido alvos frequentes de forças policiais e de segurança, num momento em que o país parece voltar a aprofundar a crise que vive há mais de uma década.
O Governo, do partido União Nacional Africana do Zimbabué -- Frente Patriótica (ZANU-PF), considerou as declarações de Sikhala como um "discurso incendiário de insurgência".
No poder desde o afastamento de Robert Mugabe, em novembro de 2017, Mnangagwa venceu as eleições presidenciais de 30 de julho do ano seguinte e prometeu relançar a Economia e lutar contra a corrupção.
No entanto, o seu mandato tem sido marcado por fortes manobras de opressão pelas forças de segurança e uma crescente inflação, que em maio chegou aos 98%.
Fonte: mundo ao minuto
Publicada em 09 de July de 2019 às 12:15