
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) realizou a primeira cirurgia do Brasil para tratar diabetes do tipo 2, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o procedimento, realizado nesta terça-feira (25), durou pouco mais de 40 minutos.
Cerca de 2,5 mil pessoas aguardam na fila por uma cirurgia para diabetes no Distrito Federal. A paciente que fez a primeira intervenção, pelo SUS, já não respondia ao tratamento clínico contra a doença, segundo os médicos.
O procedimento foi trabalho foi coordenado pelo chefe do Serviço de Cirurgia do Diabetes do DF, Renato Teixeira. De acordo com o médico, a paciente corria o risco de ficar cega porque a diabetes continuava evoluindo.
Para Teixeira, a cirurgia é segura e pode evitar mortes e sequelas. Entre as complicações relacionadas à doença, além da cegueira, estão o infarto e a insuficiência renal, entre outras complicações.
Além disso, enfatiza o médico, o procedimento reduz os gastos com remédios.”O Ministério da Saúde gasta em torno de R$ 1 bilhão somente com medicamentos”, afirma.
A cirurgia para diabetes do tipo 2 já era realizada no Brasil como pesquisa e de forma experimental, na rede privada. Segundo o secretário de saúde do DF, Osnei Okumoto, o Hran foi o primeiro hospital público a regulamentar o procedimento pelo SUS.
Os resultados da cirurgia serão publicados em revistas científicas reconhecidas internacionalmente, colocando Brasília como referência e destaque no cenário mundial do tratamento cirúrgico do diabetes do tipo 2.
O governador do DF, Ibaneis Rocha, acompanhou a cirurgia como convidado. Ele foi diagnosticado com diabetes aos 29 anos e passou pelo mesmo procedimento há 5 anos, em uma instituição privada, em São Paulo.
Ibaneis disse entende a necessidade de ampliar o acesso a esse tipo de serviço. Contou que durante 16 anos fez uso diário de remédios e, com a cirurgia, não precisou mais de medicamentos.
A diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, sendo a primeira causa de morte não traumática no mundo. Existem o tipo 1 e o tipo 2 da doença.
Estatísticas divulgadas pela Secretaria de Saúde mostram que pessoas com diabetes do tipo 2 tem mais riscos de morte e de ficar com sequelas, por causa da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de epidemia para a doença, devido ao grande aumento no número de casos diagnosticados. A projeção é de um aumento de cerca de 70% em 15 anos, se nada for feito.
Fonte: cafécomleite notícias
Publicada em 26 de June de 2019 às 11:27