Presidente sul-coreano enfrenta impeachment após declarar lei marcial

Presidente sul-coreano enfrenta impeachment após declarar lei marcial

Parlamentares sul-coreanos apresentaram nesta quarta-feira (4) projeto para impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, após ele declarar lei marcial e reverter a medida horas depois, desencadeando uma crise política na quarta maior economia da Ásia.

A surpreendente declaração de lei marcial no importante aliado dos Estados Unidos, na noite de terça-feira (horário local), levou a um impasse com o Parlamento, que rejeitou a tentativa de Yoon de proibir a atividade política e censurar a mídia, enquanto tropas armadas forçavam a entrada no prédio da Assembleia Nacional em Seul.

O principal partido de oposição, o Partido Democrático (PD), pediu que Yoon, que está no cargo desde 2022, renuncie ou enfrente um processo de impeachment.

Seis partidos da oposição sul-coreana apresentaram posteriormente um projeto no Parlamento para destituir Yoon, com votação marcada para sexta-feira (6) ou sábado.

"Não podíamos ignorar a lei marcial ilegal", disse aos repórteres o parlamentar do PD Kim Yong-min. "Não podemos mais deixar a democracia entrar em colapso."

Também houve divisões profundas no Partido do Poder Popular, de Yoon, e seu líder pediu a demissão do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, e a renúncia de todo o gabinete. Kim ofereceu renúncia, informou o Ministério da Defesa.

Yoon disse à nação, em discurso na televisão nessa terça-feira à noite, que a lei marcial era necessária para defender o país das forças antiestatais pró-Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional livre, mas não citou nenhuma ameaça específica.

Cenas caóticas se seguiram quando tropas tentaram tomar o controle do prédio do Parlamento, embora tenham recuado quando assessores parlamentares os atacaram com extintores de incêndio, enquanto os manifestantes brigavam com a polícia do lado de fora.

Os militares disseram que as atividades do Parlamento e dos partidos políticos seriam proibidas e que a mídia e as editoras estariam sob o controle do comando da lei marcial.

Os parlamentares desafiaram o cordão de segurança e, poucas horas após a declaração, o Parlamento da Coreia do Sul, com 190 de seus 300 membros presentes, aprovou por unanimidade uma moção para que a lei marcial fosse suspensa, com a presença de 18 membros do partido de Yoon.

Em seguida, o presidente rescindiu a declaração da lei marcial, cerca de seis horas após sua proclamação.

Os manifestantes, do lado de fora da Assembleia Nacional, gritaram e bateram palmas. "Nós vencemos!", cantavam, e um manifestante tocava um tambor.

"Há opiniões de que foi um exagero adotar a lei marcial de emergência e que não seguimos os procedimentos, mas isso foi feito estritamente dentro da estrutura constitucional", disse um funcionário presidencial sul-coreano à Reuters por telefone.

Ainda não houve reação da Coreia do Norte ao drama da vizinha no Sul.

*(Reportagem de Jack Kim, Ju-min Park, Hyonhee Shin, Hyunsu Yim, Heekyong Yang, Joyce Lee e Josh Smith)

Fonte: Agência Brasil
Publicada em 04 de December de 2024 às 08:49

 

Leia Também

Páscoa: Muito além do coelho e chocolate, O verdadeiro significado da celebração

"Porque ele vive, posso crer no amanhã."

Terminal Rodoviário de Porto Velho vira centro de doações para atingidos pela enchente no Baixo Madeira

As doações podem ser feitas 24 horas por dia e devem ser deixadas no piso 1 do terminal, em um espaço especialmente definido para isso, localizado próximo à entrada principal e ao elevador

IFRO seleciona bolsista externo para atuar em Psicologia no campus de São Miguel do Guaporé

O valor mensal da bolsa é de R$ 1.430,00, para carga horária de 20 horas semanais

Semana Santa é feriado ou ponto facultativo? Confira o calendário

A partir desta quinta-feira, órgãos públicos de Rondônia, como o Ministério Público de Rondônia e o Tribunal de Justiça, funcionam apenas em regime de plantão

Envie seu Comentário