Pai foge com R$ 1 milhão arrecadado na internet para tratar doença rara do filho; acusado foi preso

Pai foge com R$ 1 milhão arrecadado na internet para tratar doença rara do filho; acusado foi preso

Após divulgar em redes sociais que a família precisava arrecadar dinheiro para o tratamento do menino, de apenas 1 ano e 7 meses, o pai arrecadou por meio de contribuições online cerca de R$ 1 milhão para comprar o medicamento do bebê, portador de Atrofia Muscular Espinhal (AME). Se não receber o tratamento, o garotinho pode morrer.

O caso de João Miguel mobilizou os moradores de Conselheiro Lafaiete (MG). Vizinhos e parentes se engajaram em uma campanha para arrecadar dinheiro para que sua família pudesse comprar um medicamento cuja dose custa mais de R$ 300 mil. Há cerca de uma semana, a Polícia Civil de Minas recebeu informações de que o acusado estaria em Salvador, gastando de maneira indevida o dinheiro, e não usando o montante arrecadado para tratar da criança, de fato portadora da AME

A polícia investiga se ele estaria gastando o dinheiro arrecadado de forma indevida.

A doença

A AME é uma doença genética que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores. Sem ela, os neurônios morrem e os pacientes vão perdendo o controle e força musculares, ficando incapacitados de se moverem, engolirem ou mesmo respirarem, podendo, inclusive, morrer. A doença é degenerativa e não possui cura.

O tratamento consiste na administração de seis frascos com 5 ml no primeiro ano e, a partir do segundo ano, passam a ser três frascos.

Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, suspeito de usar as doações para tratamento do filho doente em passeio, teria começado a retirar o dinheiro há três meses. De acordo com a Polícia Civil, ele fez campanha nas redes sociais para arrecadar doações para comprar remédios para o filho, João Miguel, que tem amiotrofia muscular espinhal (AME), uma doença degenerativa rara.

Segundo o delegado Daniel Gomes, dos cerca de R$ 1 milhão arrecadados, ele teria gasto mais de R$ 600 mil. Em um único dia, chegou a sacar R$ 100 mil em espécie.

“Descobrimos que desde abril ele vem realizando saques na conta do filho”, disse o delegado.

O homem chegou a Belo Horizonte na noite desta segunda-feira (22). Ele foi preso em um hotel em Salvador, de frente para a praia, com custo mensal de R$ 2 mil. Segundo o delegado, ele teria feito o pagamento de dois meses com antecedência. O crime chocou a cidade de Conselheiro Lafaiete, a cerca de 100 km de Belo Horizonte.

Dentro do quarto, a polícia encontrou relógios, joias, objetos de luxo, uma porção de maconha e R$ 3 mil em espécie.

A polícia chegou até Mateus depois que a mãe de João Miguel denunciou a atitude do marido, que vinha se afastando da família aos poucos e, que, desde o início do mês, sumiu e não deu mais notícias. Ela e o suspeito mantinham quatro contas bancárias para o recebimento das doações, sendo cada um responsável por duas delas.

Ainda de acordo com o delegado, Mateus teria descoberto as senhas das contas administrada pela esposa e teria efetuado vários saques e transferências. As operações eram realizadas para contas em nome do suspeito e em nome de outras pessoas, que a Polícia Civil ainda está investigando qual a relação delas com o suspeito.

“As contas estavam zeradas”, segundo o delegado.

Em entrevista à reportagem da TV Globo, Mateus disse que estaria sendo extorquido e que parte do dinheiro foi repassado a criminosos. Ele contou que estava com medo e, por isso, fugiu, sem chamar a polícia.

O suspeito pode responder por estelionato e abandono material, por ter deixado a esposa e os dois filhos sem notícias. A Polícia Civil também investiga se houve crime de lavagem de dinheiro.

Fonte: Mceara
Publicada em 25 de July de 2019 às 16:06

 

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