
Qual o preço de uma vida? O cálculo é difícil, mas para o ex-conselheiro tutelar de Porto Velho Joel Garcia, de 41 anos, sua vida tem o valor inicial avaliada por ele mesmo em R$ 1.175.333,33,00 (Um Milhão Cento e Setenta e cinco Mil e Trezentos e Trinta e Três Reais e Trinta e Três centavos).
Esse é o preço de uma medicação (48 ampolas) que ele precisa comprar para terminar seu tratamento contra um câncer no pâncreas (Linfoma de Hodgkin), diagnosticado no ano passado. O remédio não é fornecido pelo SUS, só tem um fornecedor em Rondônia e é muito caro até mesmo para quem possui excelente padrão de vida.
“Tomei um susto quando pesquisei o preço na internet. Como um cidadão como eu tem condições de se tratar de um linfoma agressivo, com um remédio tão caro?”, comentou o paciente. Ele conta que chegou a fazer 36 sessões quimioterápicas, mas o câncer não recuou. “Essa droga é a única que pode salvar minha vida”, diz.
Esta semana, Joel procurou a Defensoria Pública da União para tentar uma liminar que obrigue o Governo Federal a fornecer os medicamentos. Segundo ele, a DPU deve tratar o caso com certa urgência, pois o tratamento não pode ser interrompido. “Estou agora literalmente nas mãos da Justiça e de Deus”, disse ele angustiado.
Joel Garcia relatou que sua situação é idêntica à de dezenas de outros pacientes oncológicos em Rondônia, estado que detém um dos maiores índices de câncer no País. O valor apresentado à DPU é relativo a uma cotação de preço realizado em uma clínica da cidade, que também não possui possui o medicamento.
“É onde comecei o tratamento. No Hospital do Amor, o Barretinho, essa droga não está disponível e todos os pacientes que precisarem dela também tem que se socorrer na Justiça, um caminho árduo, onde muitas vezes a decisão chega tarde. Fiquei sabendo de vários casos em que a droga quando foi liberada o paciente estava em estado terminal ou já falecido”, contou ele à reportagem.
FOSFOETANOLAMINA
O Câncer de Joel Garcia, não é muito comum e, segundo o Inca – Instituto Nacional de Câncer, afetou mais de 2500 pessoas em 2018, e levou a óbito pouco mais de 20% dos pacientes que tiveram o caso registrado.
Casos como o de Joel Garcia, reacende a utilização da substância Fosfoetanolamina sintética, um fármaco descoberto em 2015 por um administrador de empresas, que custa preço zero e que teria níveis altíssimos de cura para pacientes oncológicos.
Sem querer entrar na polêmica se a substância foi ou não liberada para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que drogas como essa, mesmo que tivessem comprovadamente poderes de cura, jamais chegaria às mãos de pacientes como ele.
“Existe por trás dessa doença maldita que é o câncer uma indústria farmacêutica que lucra muito como a desgraça dos pacientes. Um remédio como esse Fosfato sintético deveria ser estudado com maior profundidade, mas as indústrias querem ver longe essa droga enviada por Deus para salvar tanta gente desse flagelo”, finalizou.
Impossibilitado de trabalhar e com família para sustentar (esposa e filhos), Joel abriu uma conta no banco para receber doações. Quem quiser ajudar, esses são os dados:
Agência 6336, Bradesco – Conta Corrente 6973-6. CPF 716 467 102 82. Informações podem ligar no telefone 6999234 2014 (Joel).
Fonte: VIA RONDÔNIA
Publicada em 29 de July de 2019 às 11:38