Hackers: Suspeitos clonaram ao menos 1 mil celular afirma Polícia Federal

Hackers: Suspeitos clonaram ao menos 1 mil celular afirma Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) apresentou, na tarde desta quarta-feira (24/07/2019), detalhes da operação que prendeu quatro suspeitos de invadirem celulares de ministros, deputados, procuradores, delegados e outras autoridades públicas.

Segundo a PF, pelo menos 1 mil celulares foram clonados. Ainda nesta semana, a corporação entrará em contato com o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo de Morais, para pedir medidas que evitem fraudes como a que atingiu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. “Veremos o que é possível fazer para corrigir a falha e coibir esse tipo de crime”, disse o diretor do Instituto Nacional de Criminalística (INC), Luiz Spricigo Júnior.

Para invadir os celulares, os suspeitos utilizaram uma falha comum a todas as operadoras de telefonia. Com ligações do próprio número que recebia o telefonema, invadiam a caixa postal e roubavam arquivos com a ajuda de um programa da empresa BRVoz, segundo as investigações.

Spricigo destacou que, durante o anúncio da clonagem do celular do ministro da Economia, Paulo Guedes, policiais estavam em diligência e encontraram uma conta em nome Guedes. “Isso está sendo investigado para se ter a confirmação, mas levantou suspeita”, detalhou.

Graus de relação
O delegado João Vianey Xavier Filho, coordenador-geral de Inteligência da Polícia Federal, explicou que as operadoras de telefonia forneceram os dados de conexão dos aparelhos para o rastreamento. Até o momento, quatro pessoas foram identificadas.

“Há vários graus de relação no ataque realizado. Havia entre eles alguma movimentação suspeita que não se justifica, isso será investigado”, destaca.

Segundo o delegado, o grupo praticava outros crimes. “O perfil deles é vinculado a fraudes bancárias e em cartões de crédito”, adiantou Xavier, ao ressaltar que, na casa de um deles, foi encontrado R$ 100 mil em espécie.

Um lado pericial será enviado ainda esta semana para a investigação, como forma de balizar os próximos passos da apuração.

Na casa de um dos suspeitos, a polícia apreendeu um computador com vários atalhos para a conexão de aplicativos. “O conteúdo capturado era baixado para os computadores dos investigados. Isso ainda está sendo periciado”, disse João Vianey.

Buscas por suspeitos
Pelos dados do cadastro da empresa que vendeu o programa usado na fraude os investigadores da Polícia Federal chegaram às identidades dos quatro suspeitos, após diligências. Eles utilizaram os endereços disponibilizados para identificar as pessoas.

Gustavo Henrique Elias Santos utilizou o nome da mãe, Marta Maria Elias, para se cadastrar na empresa que vende o programa usado na invasão dos celulares. Descobriu-se também que Suelen Priscila de Oliveira é namorada de Gustavo.

Gustavo e Suelen terão as contas bancárias investigadas por movimentações suspeitas que ultrapassam R$ 600 mil. A renda mensal de cada um é de menos de R$ 3 mil.

O MPF pediu prisão temporária, busca e apreensão, quebra de sigilo de email, bancário e bloqueio de bens dos suspeitos. Outras duas pessoas foram presas.

A operação
Na última terça-feira (23/07/2019), foram presos o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, Walter Delgatti Neto, Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques. Todos são do estado de São Paulo, sendo dois do interior e dois da capital. Quarenta policias participaram da ação.

Essas invasões teriam dado origem à publicação de conversas demonstrando possível interferência do ex-juiz na Operação Lava Jato.

O ministro informou que teve o seu celular invadido no dia 4 de junho por um hacker que teria acessado o aplicativo Telegram do aparelho e trocado várias mensagens com os contatos do ex-juiz da Lava Jato. Moro disse que pediu o cancelamento da linha e a troca de telefone.

Crimes “repulsivos” e confissão

De acordo com o juiz Vallisney de Oliveira, de Brasília, que autorizou a operação,realizada na terça-feira (23/07/2019), há “fortes indícios” de que os suspeitos formaram uma organização criminosa para violar o sigilo de autoridades. Por classificar o crime como “repulsivo”, Vallisney decretou a prisão temporária dos quatro suspeitos.

A PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao grupo e apreendeu R$ 100 mil na casa de um dos presos. Além disso, afirma ter identificado movimentações suspeitas nas contas de dois dos quatro detidos: transações de mais de R$ 600 mil feitas entre março e junho.

 

Fonte: Metrópoles
Publicada em 24 de July de 2019 às 17:17

 

Leia Também

PF apreende cerca de 430 kg de drogas em operação de combate ao tráfico em Rondônia

A droga foi encontrada na zona rural de Porto Velho/RO

FICCO/RO prende indivíduo por tráfico de drogas e posse irregular de munições em Porto Velho/RO

Prisão ocorreu em uma distribuidora na Zona Leste da capital

PF deflagra operação contra transporte irregular de madeira em Rondônia

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Castanheiras/RO

PF prende em flagrante invasor de Terra Indígena

Ação teve como objetivo a prevenção e repressão a crimes ambientais e crimes de grilagem em RO

Envie seu Comentário