Há três meses no IML, corpo de moradora de rua aguarda decisão judicial para ser enterrado em RO

Há três meses no IML, corpo de moradora de rua aguarda decisão judicial para ser enterrado em RO

Há cerca de três meses no Instituto Médico Legal (IML) de Porto Velho, o corpo de Vanda Oliveira da Silva, de 55 anos, aguarda decisão judicial para ser liberado para o sepultamento no cemitério Santo Antônio. Popularmente conhecida como Sônia Maria, ela vivia em situação de rua e morreu no dia 13 de janeiro deste ano.

De acordo com o IML, o procedimento judicial foi solicitado após o vencimento do prazo de 30 dias, para o reconhecimento familiar e registro de óbito.

Ainda segundo o Instituto, a Vanda morreu de causas naturais, e não apresentava sinais de violência. Por ter dado entrada sem a documentação, o IML realizou o procedimento padrão de identificação cadavérica, para a retirada de impressão digital, e assim, a identificação nominal foi confirmada após consulta no banco de dados.

“Antes de você declarar o defunto como indigente, ele entra no IML, e a primeira coisa que a gente faz é coletar a impressão digital para ver se a gente acha um nome que consegue identificar ele. Aí publica-se na impressa que tem esse corpo no IML. Temos um prazo de 30 dias para esperar e ver se aparece algum parente. As vezes aparece parente com 29 dias de espera, por isso a Justiça pede que a gente espere”, explica Josué Zetoles, técnico de necrópsia do IML de Porto Velho

No caso de Vanda, a partir do vencimento do prazo, o IML fez o pedido judicial, solicitando que o Instituto realize o sepultamento, que deve ser feito em uma cova individual no cemitério Santo Antônio, e é custeado pela Prefeitura de Porto Velho.

A certidão de óbito fica no IML, disponível para um possível familiar. De acordo com o técnico, a solicitação foi realizada em meados de fevereiro, e o Ministério Público de Rondônia (MP-RO), pode levar até 60 dias para dar um parecer ao Instituto.

Em relação às publicações que são compartilhadas nas redes sociais, Josué reforça que é importante frisar o nome de registro da moradora, para que assim, possíveis familiares possam ser encontrados. “Estão compartilhando o caso dela com uma espécie de nome social, que é como a pessoa gosta de ser chamada, mas o nome dela mesmo é Vanda Oliveira da Silva”, conclui o técnico.

Marcela Bonfim, uma das pessoas que tentam ajudar na divulgação do caso de Vanda, conta que pretende fazer um velório para ela. “O que queremos agora é fazer um velório, de umas quatro horas, para que assim os amigos possam ir se despedir. Queremos fazer um túmulo, um mausoléu, com placa e o sepultamento digno. Ela estava inclusive escrevendo um livro, retratando o porquê dela ter adotado esse nome [Sonia Maria]. E nós precisamos começar a pensar, e olhar para pessoas [em situação de rua]”, explica Marcela.

Segundo o IML, em 2018 cerca de 20 pessoas foram enterradas sem que nenhum familiar fizesse o reconhecimento, e consequentemente a retirada do corpo. Desde o início de 2019, outras quatro pessoas já foram enterradas como indigentes, e tiveram o enterro custeado pelo município.

Fonte: G1
Publicada em 25 de March de 2019 às 15:16

 

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