
A gestão pública é um campo repleto de desafios, especialmente em um novo governo. Em Porto Velho, o prefeito Leo Moraes, do Podemos, tem se destacado nas redes sociais e demonstrado uma intensa dedicação ao trabalho. No entanto, sua administração enfrenta críticas e desafios que podem impactar sua relação com o legislativo e, consequentemente, a eficácia de sua gestão.
Logo no início de sua administração, Leo Moraes participou de uma sessão extraordinária na Câmara Municipal, onde buscou a liberação de um crédito de 300 milhões junto à Caixa Econômica Federal. O prefeito alegou que a gestão anterior havia deixado o caixa no vermelho, uma afirmação que gerou controvérsias e descontentamento entre os vereadores e a população. Essa situação evidencia a importância de uma comunicação clara e transparente entre o executivo e o legislativo, algo que parece estar em falta neste início de gestão.
Além disso, o prefeito enviou um projeto que visa a unificação das secretarias de Meio Ambiente (Sema) e Agricultura (Semagric), com o objetivo de enxugar a máquina pública. Embora a proposta tenha a intenção de otimizar recursos, muitos acreditam que, na prática, pode representar um retrocesso nas políticas públicas. A tentativa de mostrar serviço à população, característica comum em prefeitos em início de carreira, pode ser vista como um ponto positivo, mas é fundamental que essas ações sejam bem fundamentadas e alinhadas com as necessidades da cidade.
Outro ponto de tensão na relação entre o prefeito e os vereadores é a falta de liberação de cargos indicados por eles. Muitos vereadores se sentiram induzidos a firmar um acordo com o atual prefeito, mas não foram informados de que a concretização desse acordo dependeria da liberação de indicações. A ausência de nomeações até o momento gerou revolta entre os parlamentares, que se sentem desamparados e desmotivados. Segundo fontes, os vereadores estão aguardando o fim do carnaval para retomar as negociações com o prefeito, seguindo a tradição de que o ano político realmente começa após esse período.
Além das tensões políticas, os distritos de Porto Velho enfrentam um abandono visível. A falta de atenção do prefeito em relação a essas áreas tem gerado preocupação entre os vereadores, que temem que a população comece a se mobilizar em protestos ou manifestações. A gestão pública deve ser atenta às demandas de todos os cidadãos, e a negligência em relação aos distritos pode resultar em um estado de emergência que poderia ser evitado com um diálogo mais aberto e uma gestão mais proativa.
Em conclusão, a gestão de Leo Moraes em Porto Velho está em um momento crítico. Embora o prefeito tenha mostrado empenho e carisma nas redes sociais, é essencial que ele estabeleça uma aliança sólida com o legislativo e atenda às necessidades da população, especialmente das áreas mais carentes. A capacidade de um gestor de ouvir, dialogar e agir de forma inclusiva será fundamental para o sucesso de sua administração e para a construção de um Porto Velho mais justo e desenvolvido. O futuro da gestão ainda está em aberto, e as próximas ações do prefeito serão decisivas para moldar o cenário político e social da cidade.
Fonte: Fonte: Rubson Luiz e editor do site VIARONDÔNIA.COM
Publicada em 05 de March de 2025 às 09:01