Em depoimento ao MP, João de Deus afirma ter disfunção erétil

Em depoimento ao MP, João de Deus afirma ter disfunção erétil

Alvo de centenas de denúncias de abuso sexual, João Teixeira de Faria, o João de Deus, afirmou, nessa quarta-feira (26/12), ter disfunção erétil. O problema, segundo o médium, teria sido provocado após tratamento contra um câncer de estômago.

A versão foi dada durante depoimento do líder espiritual ao Ministério Público de Goiás. João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro, em Aparecida de Goiânia, em Goiás. Ele aguarda julgamento do pedido de liberdade impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última semana, o juiz Liciomar Fernandes da Silva, da Comarca de Abadiânia (GO), acatou novo pedido de prisão preventiva contra o médium, dessa vez por posse ilegal de arma. A defesa de João de Deus considera a prisão um risco para a vida do cliente.

Nessa quarta-feira (26), os advogados deram entrada no Tribunal de Justiça de Goiás com outro pedido de habeas corpus para evitar que o médium fique mais tempo detido – a prisão também se deu em função das armas encontradas nos imóveis do acusado.

Advogado criminalista, Alex Neder pontuou que aguardará a decisão sobre o pedido de liminar do habeas corpus. Caso seja negado, será pleiteada a prisão domiciliar do líder espiritual.

“Entendemos que o local onde ele se encontra é totalmente inadequado. Já tem 77 anos, cinco stents, problemas coronários sérios e passou por tratamento contra câncer de estômago”, destacou. De acordo com Neder, o médium vai colaborar para o esclarecimento de todos os fatos. “Mas poderia estar com uma tornozeleira em casa. Estamos pleiteando isso. É necessário que receba alimentação adequada, que seja assistido pelos médicos e família”, acrescentou.

Neder assinalou ainda que Ana Keyla Teixeira, esposa de João de Deus, que também prestou depoimento nessa quarta (26), afirmou estar surpresa com as denúncias. Segundo o advogado, ela acredita na inocência do marido e tem a mesma preocupação em relação à sua saúde do médium.

O advogado informou que o depoimento ao MP foi baseado em três denúncias, nenhuma presente anteriormente no inquérito policial. Portanto, o médium não teria conhecimento de quem são as mulheres. “Ele teve a oportunidade de rebater cada uma delas e responder que nada ocorreu conforme relatado pelas supostas vítimas”.

João de Deus negou que os atendimentos eram feitos individualmente, de acordo com o advogado. “Ele sempre atendia as pessoas com gente em volta. Não tinha isso de ficar isolado de pessoas. De acordo com o que explicou, estas acusações são improcedentes”, reforçou.

O médium chegou por volta das 10h ao Ministério Público de Goiás para prestar depoimento. Deixou o local pouco depois das 12h e foi conduzido de volta ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

O Ministério Público já coletou 78 depoimentos formais de mulheres que se dizem vítimas do líder espiritual. No dia 10 de dezembro, foi criado o [email protected], endereço de e-mail com finalidade única de receber denúncias. Mais de 600 mensagens já chegaram ao MPGO.

Do total, 260 se apresentam como vítimas em potencial. Onze residem no exterior: quatro nos Estados Unidos, três na Austrália, uma na Alemanha, uma na Bolívia, uma na Bélgica e uma na Itália. Funcionário da Casa Dom Inácio de Loyola, Chico Lobo, afirmou que o local está funcionando normalmente, apesar da prisão de João de Deus.

Os policiais também devem ouvir João de Deus novamente. O depoimento ainda não tem data marcada. Eles querem saber a origem do R$ 1,6 milhão encontrado escondido em endereços ligados ao médium, bem como a origem das cinco armas sem registro apreendidas. Ao todo, o líder espiritual pode responder por quatro crimes: estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e posse ilegal de arma.

Fonte: Metropoles
Publicada em 27 de December de 2018 às 09:14

 

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