
A liminar deferida pelo STF ao ex-governador Ivo Cassol (PP) causou alvoroço no cenário político rondoniense. Quem já se achava eleito, ou pelo menos sonhava em ir para o segundo turno, se assustou com a decisão e já começa a refazer as contas para avaliar como pode ser a disputa.
Isso mesmo: entrando aos 45 minutos do segundo tempo, Cassol já entra, na vista de vários eleitores e adversários políticos, como um dos grandes favoritos para a disputa ao Governo de Rondônia. A decisão mudou todo o jogo político sucessório.
Cassol tinha tanta certeza de que receberia um “salvo-conduto” do STF que desde o início da semana já havia marcado para esta sexta-feira a solenidade de lançamento de sua candidatura ao Governo, em Rolim de Moura.
Justamente hoje, que é o último dia para a realização de convenções. As campanhas políticas começam dia 15 de agosto e as derradeiras cartas do jogo serão jogadas hoje. A grande expectativa hoje é: será que Léo Moraes (antigo candidato a vice de Cassol) irá manter sua candidatura?
Na capital, no entanto, a vinda de Cassol mais desagradou do que alegrou eleitores. A passagem de Cassol pode ter sido boa para o interior, mas péssima para a capital, que passou oito anos no abandono. Lembrando que foi justamente no Governo Cassol que perdemos o dinheiro das obras do PAC para as obras de saneamento básico da capital.
Para boa parte da mídia, Cassol também não deixou lembranças boas e os embates com sites e jornais impressos eram diários. A mídia publicitária em boa parte, era paga somente a veículos de sustentação que falavam bem dele, a maioria do interior do Estado. Quem era opositor estava fora da mídia oficial.
A ação truculenta do ex-governador também se fez presente junto a sindicatos de trabalhadores como o Sintero e o Sticcero e também com o Ministério Público Federal, quando chegou a trocar farpas com um procurador federal que foi acusado injustamente de conivência na extração ilegal de diamantes da Reserva Roosevelt.
Essas são apenas pinceladas sobre alguns fatos da passagem de Ivo Cassol pelo Governo de Rondônia. De lá pra cá a coisa mudou e o eleitor da capital aprendeu um pouco do bairrismo do interior, e eleito muito mais representantes da capital do que do interior. Cassol não terá vida fácil em Porto Velho, muito menos com a imprensa.
Amanhã, após as eleições, vamos ver como ficou o jogo político após o fim do período das convenções partidárias.
Fonte: Rubson Luiz
Publicada em 05 de agosto de 2022 às 10:08