A decisão foi tomada na sequência de uma reunião do grupo socialista realizada hoje, depois de, inicialmente, os deputados socialistas terem optado por esperar pela comunicação do Presidente Emmanuel Macron, na segunda-feira, para decidir sobre o seu apoio à moção de censura.
Os deputados querem "fazer ouvir a voz e as propostas concretas dos socialistas", indicou o porta-voz socialista Boris Vallaud.
Para os socialistas, na sua declaração, o chefe de Estado não representou "uma mudança de rumo" e não deu "nem respostas justas, nem responsáveis" à "tripla crise, social, ambiental e democrática", deixando também "muitas zonas sombra" sobre as medidas anunciadas e o seu financiamento.
A moção, que será entregue antes das 15:00 horas (14:00 horas de Lisboa), deverá ser submetida a votação na Assembleia Nacional no prazo de 48 horas.
Para ser aceite, a moção terá de ser subscrita por pelo menos 10% dos membros da Assembleia Nacional, ou seja, 58 deputados.
Os três partidos contam um total de 62 deputados: 29 socialistas, 17 insubmissos e 16 comunistas e da Nova Esquerda.
A moção não deverá passar na Assembleia Nacional por os deputados de esquerda estarem em minoria face ao total de 577 deputados.
O partido Os Republicanos (LR, na sigla em francês) anunciou já que não se associará, nem votará a moção de censura, com o seu presidente, Christian Jacob, a considerar que "esta não é a resposta que a opinião pública espera".
Os três partidos de esquerda tinham já apresentado, em julho, uma moção de censura contra o Governo francês por causa do caso Benalla, envolvendo o ex-segurança do Presidente Emmanuel Macron.
Milhares de franceses, envergando "coletes amarelos", estão a manifestar-se nas ruas há semanas, bloqueando rotundas e autoestradas, primeiro para exigir a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis, mas depois também para denunciar o aumento de preços e a perda de poder de compra.
As manifestações têm degenerado em violência, com carros incendiados e montras partidas, tendo resultado na identificação e detenção de centenas de pessoas.
Para tentar acalmar os manifestantes, Presidente francês, Emmanuel Macron, revogou o imposto sobre os combustíveis, tendo anunciado, na segunda-feira, o aumento do salário mínimo em 100 euros e uma redução dos impostos para os reformados e trabalhadores.
Fonte: mundo em um minuto
Publicada em 11 de December de 2018 às 10:06