A revista Time já anunciou quem é a personalidade do ano. Este ano, como já aconteceu em outros anos, há não uma pessoa mas um grupo de personalidades a ser distinguida pela marca indelével que deixaram neste ano que está agora a terminar.
"Os guardiães e a guerra pela verdade". É desta forma que a Time apresenta e justifica a escolha.
Jamal Khashoggi é um dos nomes que surge em destaque. Falamos do jornalista saudita crítico do príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Foi assassinado e desmembrado após ter entrado no consulado saudita em Istambul, num caso que suscitou críticas internacionais. Mas há mais nomes que merecem atenção.
Um deles é o de Maria Ressa, que com 55 anos lidera o projeto Rappler.
Nas Filipinas, o presidente Rodrigo Duterte tem levado a cabo uma 'guerra contra as drogas' onde se acumulam corpos aos milhares. Há suspeitas de execuções extra-judiciais, de violência das forças policiais e de violações de direitos humanos. Em janeiro deste ano, a Human Rights Watch apontava para 12 mil mortos, entre eles menores levados por adultos para o mundo do crime.
Enquanto Duterte mantém a sua 'guerra contra a droga', as denúncias do Rappler terão irritado o regime. Maria Ressa poderá ser impedida de continuar o seu trabalho, com uma acusação de alegada grave a poder valer uma condenação de 10 anos de cadeia, como nota a Time.
Em destaque está também a redação da Capital Gazette, um jornal local norte-americano que este ano passou a fazer parte da longa e violenta lista de tiroteios nos Estados Unidos. Cinco jornalistas morreram a 28 de junho quando um homem armado entrou na redação.
Em Myanmar, uma antiga Nobel da Paz surge como conivente de um conflito descrito como limpeza étnica. A minoria Rohingya foi alvo de ataques no último par de anos. Centenas de milhares fugiram como refugiados.
Wa Lone e Kyaw Soe Oo estavam a investigar um massacre numa aldeia quando foram detidos pelo regime local. Foi há 365 dias. A Reuters continua a atualizar-nos todos os dias sobre o caso dos seus jornalistas, detidos por fazerem jornalismo.
2018 foi mais um ano marcado pela morte de jornalistas em serviço. A Time escolheu-os a todos como alvo de homenagem. São eles os guardiães. São eles a personalidade do ano da Time.
Fonte: mundo em um minuto
Publicada em 11 de December de 2018 às 09:59