15 anos do projeto Abraço são celebrados pelo Judiciário

15 anos do projeto Abraço são celebrados pelo Judiciário

 O evento marcou também o fim dos 21 dia pelo fim da violência contra a Mulher

Uma programação especial no auditório do edifício-sede do Tribunal de Justiça de Rondônia marcou os 15 anos do projeto Abraço, uma iniciativa inovadora que consiste em aplicar pena alternativa aos agressores por meio de grupos reflexivos. Representantes de instituições que compõem o sistema de Justiça, magistrados, servidores que atuam nos núcleos psicossociais de todo o estado participaram de palestras sobre combate à violência doméstica durante toda a manhã desta terça-feira.  O evento aconteceu no encerramento dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher e contou com o apoio da Escola da Magistratura de Rondônia-Emeron 

“Ao longo desses 15 anos testemunhamos histórias de superação e transformação que só foram possíveis em virtude do pioneirismo de pessoas e deste tribunal, homens que reconheceram seus erros e buscaram ajuda para mudar seus comportamentos, mulheres que encontraram apoio e empoderamento para romper o ciclo de violência e crianças que tiveram a chance de crescer em lares mais seguros e harmoniosos” destacou o presidente do TJRO, desembargador Raduan Miguel Filho na mesa de abertura do evento.

“Começamos esse trabalho porque ouvimos as mulheres que sofriam violência. Elas queriam que tivesse uma transformação nos autores. Nós enxergamos nessas mulheres outras possibilidades, de criação de políticas públicas para a coletividade”, lembrou o idealizador do projeto Abraço, desembargador Álvaro Kalix Ferro.

O evento foi transmitido ao vivo no canal do TJ Rondônia no Youtube. “É muito importante transmitir esse evento porque é uma maneira de ampliar ainda mais os horizontes e fazer com que mais pessoas tenham conhecimento dessa iniciativa”, conselheira de Notório Saber do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), Alice Bianchini e também palestrante do evento.

“Em nome dos nossos colegas assistentes sociais e psicólogos, que se propõem a refletir com esses homens e mulheres em situação de violência doméstica e familiar outras possibilidades, nos questionando sobre o cotidiano de um sistema do qual todos viemos, manifesto aqui a minha gratidão”, disse Aline Dantas, chefe de equipe da Coordenadoria da Mulher do TJRO.

“Tenho privilégio de estar neste trabalho desde o início, sem saber ao certo o caminho mas com uma certeza e um sonho de oferecer um serviço reflexivo e acolhedor capaz de promover a transformação na vida das pessoas pelo fim da violência contra as mulheres”, disse Aline Sarges, coordenadora do Núcleo psicossocial de apoio Mulher.

“O projeto abraço vem trabalhando nesse processo de transformação incansavelmente e o resultado é maravilhoso. Ver as mudanças é muito gratificante”, destacou o defensor público Yassuo Trojahm Hayashi.

“Nossas vítimas gritam por socorro, clamam por ajuda, por isso o sistema de Justiça precisa ser um instrumento de pacificação social. O projeto abraço veio como um complemento fundamental para promover a reflexão e diminuir a reincidência. O Tribunal de Justiça de Rondônia faz jus a todos os reconhecimentos que obteve por essa iniciativa”, parabenizou o promotor André Luis Rocha de Almeida.

“A Escola da Magistratura parabeniza e se coloca à disposição para apoiar projetos como esse que tem levado a luz e promovido o amor”, demonstrou Johnny Gustavo Clemes, vice-diretor do Emeron.

Palestras

Os destaques da programação foram as palestras. Com o tema “Feminicídio não é uma fatalidade. Políticas Públicas salvam vidas”, com a  conselheira Alice Bianchini, que falou sobre os julgamentos dentro das perspectivas de gênero. A palestra contou com a mediação da juíza Úrsula Teodoro, que também já atuou no projeto Abraço, quando era titular do então Juizado de Violência Doméstica.

Já o desembargador do TJRO, coordenador da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência e idealizador do projeto Abraço, Álvaro Kálix Ferro, abordou sobre “Gênero e masculinidades no enfrentamento a violência contra a mulher”. Entre os aspectos, o desembargador destacou que a lei Maria da Penha é uma ação afirmativa dos direitos humanos das mulheres.

A programação do evento seguiu à tarde com oficinas realizadas na Escola da Magistratura de Rondônia voltado para profissionais que atuam ou vão atuar com grupos reflexivos em todo estado.

“Foi um trabalho mais vivencial. Um mergulho nos conceitos que questionam o patriarcado e situações que normalizam a violência. Para que possamos acolher melhor essas situações precisamos entender como essas sistuações nos atravessam”, esclareceu a psicóloga Mariângela Onofre.

Homenagens

Outro momento marcante do evento foram as homenagens, entregues pelo reconhecimento aos esforços em favor do projeto abraço. Magistrados(as), e servidores(as) que de algum modo se envolveram com a essa jornada, entre eles assistentes sociais e psicólogos(as), além de assessores(as) e técnicos(as) receberam das mãos do desembargador Álvaro kalix uma certificação.

Fonte: Assessoria-TJRO
Publicada em 12 de December de 2024 às 09:03

 

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