A pressa da Energisa em pedir uma revisão tarifária à Aneel para vigorar em dezembro de 2019 tinha um (má) intenção: negociar com os consumidores que estão sendo lesados pelas cobranças arbitrárias promovidas pela empresa. A negociação seria mais ou menos assim: o consumidor aceita pagar as faturas da ´recuperação de tarifa´ e a gente suspende a cobrança da nova tarifa até que as pendências sejam negociadas com a empresa.
Isso mesmo, o aumento seria utilizado provavelmente como barganha pela Energisa. Isso explica o motivo da pressa da empresa em pedir uma autorização para um novo aumento junto à Aneel. O pedido foi negado porque a empresa simplesmente não comprovou documentalmente a necessidade da revisão tarifária, ou seja, apresentou ´informações insuficientes´, além de ´laudos inconsistentes´ e ´fora de prazo´.
Valeu a pena a insistência dos representantes do Estado e da bancada federal na reunião que levaram ao conhecimento dos conselheiros da Aneel o caos que o Estado atravessa em virtude do último aumento. Apesar da vitória, isso ainda é muito pouco, pois a tarifa continua vitimando a população e o comércio, interferindo o crescimento da economia do Estado que já atravessa uma grave recessão depois do período ´pós-usina´.
Diariamente, o escritório central de negócios da Energisa, em Porto Velho, é possível ver a quantidade de usuários que vão ao local fazer reclamação sobre a cobrança abusiva. O aumento tarifária foi de 28%, mas há contas que são cobradas com 400% de aumento. Muitas pessoas que sobrevivem de um salário mínimo estão sendo obrigadas a negociar dívidas de tarifa mensal que chegam a mil e duzentos Reais. Ou seja, o povo está deixando de comer para pagar a conta de energia.
Fonte: VIA RONDÔNIA
Publicada em 16 de outubro de 2019 às 09:55