
Martina Brostrom, conselheira de políticas do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) foi demitida na última sexta-feira (13/12/2019) aproximadamente um ano após acusar publicamente seu superior, o brasileiro Luiz Loures, de abuso sexual. “Isso é o que a ONU faz com as mulheres que denunciam seus agressores sexuais”, afirmou Martina à CNN. São informações do jornal O Dia.
Martina havia acusado Loures, o diretor-executivo adjunto da Unaids, braço da ONU, de tocá-la e tentar beijá-la à força em uma viagem de trabalho à Tailândia, em 2015. Ela contou que outros superiores dela tentaram convencê-la de não realizar a denúncia. Outras duas mulheres também alegam ter sido abusadas por Loures.
“Eu fui empurrada contra a parede. Ele então começou a enfiar a língua na minha boca, tentando me beijar. E ficou apalpando meu corpo, incluindo meus seios. Quando a porta do elevador se abriu, ele tentou me puxar para fora do elevador, me arrastar para o corredor de seu quarto”, relatou a mulher.
Represália
Loures nega as denúncias de abuso sexual. Uma investigação da ONU o isentou de irregularidades. Após isso, Martina relatou o ocorrido à veículos de imprensa, o que fez com que o caso fosse reaberto.
A funcionária acredita que sua demissão tenha ocorrido em represália à sua denúncia. No entanto, a porta-voz da ONU, Sophie Barton-Knott, afirmou que “quaisquer alegações de retaliação são infundadas e enganosas”.
Em nota, a Unaids afirma que “dois funcionários foram demitidos da Unaids depois que uma investigação independente provou, acima de qualquer dúvida, que eles usaram indevidamente fundos e recursos corporativos da Unaids e se envolveram em outra má conduta, incluindo má conduta sexual”. Contudo, não divulgam se Martina seria um dos funcionários da ONU demitidos.
Fonte: Metrópoles
Publicada em 21 de December de 2019 às 10:54